terça-feira, 6 de novembro de 2012
Histórias de Rubem Alves (do livro "Ostra Feliz Não Faz Pérola")
Quantos anos você não tem?
Quando eu desfiz sessenta anos... Desfiz: é a forma correta de dizer. Porque esses sessenta são os anos que não tenho mais. Quantos eu tenho, só Deus sabe... Quando desfiz sessenta anos consolei-me poeticamente com a palavra "sexagenário": sex+agenário = idade do sexo. Para trás ficou a década dos sessenta. Chegou a década dos setenta. Agora, quanto ao sexo que ficou pra trás, se tenta...
Telefone
Ligo para a Receita Federal. A telefonista atende. Eu digo: "Preciso falar com o delegado da Receita Federal...". Pergunta a telefonista: "Quem gostaria?". Respondo: "Gostaria? Eu não disse que gostaria. Na verdade, eu não gostaria. Eu preferiria não ter que falar sobre imposto de renda... Eu só disse que preciso falar com o delegado, mesmo sem gostar...". Terrível é quando nos deixam ao telefone enquanto, na espera, fica uma gravação falando sobre as maravilhas da empresa. Se demora, a gravação começa a se repetir. E eu não tenho alternativas. Tenho que ficar ouvindo, à espera de que o outro atenda. Obrigar uma pessoa a ouvir o que ela não quer ouvir é grosseria.
Uma excelente terça-feira a todos.
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Oi tio querido,
ResponderExcluirAdorei teu blog. Adoro Rubem Alves!
Tem uma dele que gosto muito onde se pode refletir sobre o passar dos anos, também:
"O tempo pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração".
Beijos saudosos,
Carol.