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sexta-feira, 18 de maio de 2012

CELESTINO DA LUZ um artista completo para sua época


RUA JOSÉ CELESTINO DA LUZ – no Bairro Paraviana, antiga Rua Limeira (L-9)


Foto:  
 
José Celestino da Luz possuía múltiplos talentos artísticos e foi em Boa Vista um dos pioneiros na comunicação gestual em seu teatro ao ar livre, o qual ele pôs o nome de: Parque/Teatro “HI FI” (Raifai), instalado na Rua José Magalhães - Centro. Na época era moda dizer que, se algo tinha qualidade passava a ser chamado de “HI FI”, no sentido de ”Alta Fidelidade”. 

Para os jovens de hoje, acostumados às novas tecnologias e efeitos especiais, o termo “HI FI”, soaria meramente como propaganda de venda de ingressos. Mas, acredite, o termo fazia jus às inovações que o Celestino da Luz mostrava em cada apresentação dos seus shows artísticos. Ele era versátil: excelente cantor lírico/Tenor, bailarino de palco, palhaço de circo, ator de teatro, escritor de peças teatrais e criador de personagens cômicos, dentre estes: Otogone, Rebarbativo, Psilone, e Balarmindo.

José Celestino da Luz nasceu em 27/07/1907, em Santarém no Estado do Pará, e chegou a Boa Vista em 1939. 



Na década de 40 Celestino da Luz criou o primeiro sistema de som, através de um serviço de alto-falante, que ele chamou à época, de “Estúdio Francisco Alves”, em homenagem ao cantor Francisco Alves, considerado o “rei da voz”. Neste Estúdio, localizado na esquina da Avenida Jaime Brasil com a Avenida Getúlio Vargas – ao lado da hoje Escola Princesa Isabel – ele instalou um Sistema de Som, onde as pessoas o procuravam para que ele divulgasse propagandas, músicas, e até recados românticos para futuro namoro. O Celestino da Luz tinha o maior acervo de discos (vinil, aqueles “bolachões”, tanto em 45 rotações, como também em 78), os quais ele doou para a Rádio Roraima. 

Havia em Boa Vista um clube chamado “GUARÁS”, situado à Avenida Jaime Brasil, com Getúlio Vargas, onde o Celestino da Luz, sempre dedicado às artes, apresentava vários espetáculos, desde show de variedades à comédias. Neste Clube, no inicio da década de 40, ele criou o primeiro Grupo de Teatro do Território Federal do Rio Branco. Faziam parte deste grupo: Osório, Pingarilho, Nilo Seroa da Mota, e Santina.



Neste ínterim, ele instalou a primeira livraria do Território Federal do Rio Branco, na Rua José Magalhães, com o nome de Livraria Shangrilá, onde vendia livros da literatura clássica nacional. E, posteriormente, aos fundos da livraria, ele construiu o Teatro Shangrilá, que anos depois, ao passar por reforma, mudou o nome do Teatro para “Hi-Fi.

No Teatro “HI-FI”, o boa-vistense teve a oportunidade de conhecer peças teatrais vindas de outros estados, bem como artistas famosos à época, a exemplo do cantor Francisco Alves, Jackson do Pandeiro, a dupla Sônia Mamede e César Augusto, Waldick Soriano, alem dos talentos artísticos local, como o Simpatia (Renato Torres) no cavaquinho, e Waldir Abdala - no violão.



José Celestino da Luz faleceu no dia 26 de maio de 1986, deixando seu nome gravado na história das comunicações, na música, e no Teatro em Boa Vista.

Celestino da Luz era casado com a senhora Rita Santos da Luz, a dona Santinha, falecida em 27/02/2000. E desta união nasceram 12 filhos: Ilton da luz (falecido); Roselis da Luz; Mário da Luz; Heliano da Luz; Rosemar da Luz (falecida); Wirlande da Luz; Rita da Luz; Roselande da Luz; Rosilene da Luz; Ruberlande da Luz; Regina da Luz, e Nilton da Luz. Deles descendem 86 netos e e dezenas de bisnetos.

No campo político foi indicado pelo Governador José Maria Barbosa para exercer o cargo de Prefeito de Caracarai, no período de 1956 a1958.

Como sinal de reconhecimento ao talento e ao trabalho artístico-teatral de Celestino da Luz, a Câmara Municipal de Boa Vista aprovou a Lei nº 362, de 04 de julho de 1995, de autoria do então vereador Vingtum Gouveia Praxedes (Vantan Praxedes), sendo esta Lei sancionada pela Prefeita em exercício a Drª. Zara Botelho de Oliveira, redenominando a antiga Rua Limeira, no Bairro Paraviana, com o nome de RUA JOSÉ CELESTINO DA LUZ, conforme publicação no Diário Oficial do Município de Boa Vista, nº 246, de 18/05/1995.

5 comentários:

  1. Neste texto, cometi dois equívocos: O primeiro é que "Pingarilho" era o apelido do Nilo Seroa da Mota, e eu escrevi como sendo duas diferentes pessoas.
    O segundo, é que o "Estúdio Francisco Alves" - do saudoso José Celestino da Luz - estava instalado no mesmo lado onde hoje está o Banco Bradesco (pelo lado da Avenida Getúlio Vargas), e não anexo à Escola Princesa Isabel (como eu havia digitado). São estas as duas correções que faço.
    Quanto ao pioneiro artista teatral José Celestino da Luz, é digno de ser lembrado para que seu nome brilhe na fachada do novo Teatro Municipal de Boa Vista - que está sendo construído na Avenida Glycon de Paiva - esquina com a Avenida Castelo Branco -Bairro São Vicente - Boa Vista - Roraima.
    Cordialmente,
    Francisco Cândido - Jornalista/Radialista/Membro da Academia Roraimense de Letras/- escritor da coluna "MINHA RUA FALA" - no Jornal Folha de Boa Vista - no caderno 2, página Variedades, todas as sextas-feiras. Resgatando a memória para registrar a História.
    Boa Vista/RR, 18 de maio de 2012.

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  2. Bom dia, sou Sebastião SERÔA da Mota, sobrinho de Nilo SERÔA da Mota,o Pingarilho, meu pai Pedro Lino Seria da Mota, irmão de Nilo. Gostei muito deste histórico até agora por mim desconhecido. Moro em Florianópolis, Santa Catarina. Obrigado e um t.

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  3. Bom dia,sou Rauai Mota neto do Nilo Serôa da Mota.
    Estou atualmente morando em Boa Vista a 5anos e sinto muito orgulho por ter tido um avô que faz parte da história da Capital de Boa Vista RR.
    E se alguém estiver interessado de me conhecer esse é o meu contato (95)99174-5179 Rauai Mota.

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  4. Fico feliz em conhece-lo, em breve entrarei em contato. Estou enviando uma mensagem pelo messenger.

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  5. Boa noite, sou Sônia Maria da Luz, neta de José Celestino da Luz, filha de José Celestino da Luz Filho. Filho do primeiro casamento do vovô. Fico orgulhosa de saber q meu avô fez história.

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